A multinacional de higiene e cosmética Natura tem a expectativa de tornar o material de todas as suas embalagens 100% reutilizáveis, recicláveis ou compostáveis até o final da década. Para isso, deu início a um projeto para eliminar o plástico de uso único de todas as amostras de perfumaria. Agora, as embalagens serão gradualmente feitas de papel de fontes renováveis e oriundo de florestas plantadas e certificadas. O processo está sendo realizado em parceria com a Suzano, referência global na fabricação de bioprodutos desenvolvidos a partir do cultivo de eucalipto.
Parceria evitará o descarte de mais de 83 toneladas de plástico
Os flaconetes, que hoje são de plástico virgem, também passarão a ser de plástico 100% reciclado. Com esse movimento, todos os anos, cerca de 83 toneladas de plástico de uso único deixarão de ser descartadas no meio ambiente e, consequentemente, no principal destino desses resíduos: os ecossistemas marinhos.
Atualmente, 81% da matéria-prima de embalagens da marca já é reutilizável, reciclável ou compostável. O objetivo é chegar a 100% até o final da década e migrar de modelos de uso único para os de reuso e usar matérias-primas de fontes renováveis, como o papel.
Com uma presença consolidada no Espírito Santo e plantas industriais em Aracruz e Cachoeiro de Itapemirim, a Suzano entra no projeto para auxiliar a Natura no processo de substituição do uso de plásticos por produtos de origem renovável.
“Para atender à crescente demanda da sociedade por um futuro mais sustentável, é fundamental unir forças com parceiros que caminham na mesma direção e com valores semelhantes”, explicou Fabio Almeida, diretor executivo de Papel e Embalagens da Suzano.
E complementou: “Ficamos felizes em estar com a Natura em uma iniciativa que contribui para reforçar o nosso compromisso de oferecer, até 2030, 10 milhões de toneladas de produtos de origem renovável, desenvolvidos a partir da biomassa de eucalipto, para substituir plásticos e outros derivados do petróleo”, destacou.
O projeto começará pelas amostras das fragrâncias de Kaiak Vital, uma das linhas que tem uma forte relação com o mar e que, a partir de 2020, passou a atuar e chamar a atenção para a poluição das águas.
Encontrar soluções para o problema da poluição plástica é um desafio diário da multinacional
Segundo o estudo Breaking the Plastic Wave, publicado pela Fundação Ellen MacArthur, estima-se que, até 2040, o volume de plásticos no mercado deve dobrar, o volume anual de plásticos que entra no oceano quase triplicará (de 11 milhões de toneladas em 2016 para 29 milhões de toneladas em 2040) e a quantidade de plástico nos oceanos quadruplicará (atingindo mais de 600 milhões de toneladas) caso não sejam tomadas medidas urgentes.
Somente o Brasil é responsável por despejar 325 mil toneladas de lixo plástico por ano no mar. Diante desse cenário, a marca optou por encarar o problema e criar soluções para mudar essa realidade.
Atualmente, as embalagens das fragrâncias de Kaiak contém mais de 50% de plástico retirado do litoral, além de serem projetadas para terem 20% menos plástico e contam com até 30% de vidro reciclado. A meta da marca é reaproveitar, em um ano, 102 toneladas de plástico.
“Encontrar alternativas e soluções para o problema da poluição plástica é um desafio diário. Portanto, aumentar a quantidade de plástico reciclado nas embalagens, eliminar o plástico de uso único dos materiais e reduzir cada vez mais a geração de resíduos são metas constantes”, explicou Denise Coutinho, diretora de Marketing da Natura.
Fonte: Folha Vitória
https://www.folhavitoria.com.br/economia/agro-business/2023/06/03